domingo, 28 de fevereiro de 2010

Confissão. Assim, contada.


Confissão. Assim, contada. No pé do ouvido.

Ele, quase melhor amigo dela, disse...

Que nunca foi realmente feliz em nenhum relacionamento. Pelo menos, não nos relacionamentos formais. Sempre havia a ideia de que estava perdendo algo, sempre uma angústia de se perguntar se deveria estar realmente ali, sempre um não viver... Algo que escapava.

Os relacionamentos informais não, eles davam uma sensação de liberdade realmente instigante. Mas nunca duraram o tempo suficiente para mostrarem a que vieram.

Todas aquelas coisas sobre o amor... Ah, ele achava um saco. De ser calmo. De superar problemas. Do sofrimento ser recompensador. Ah...

Queria mais. Queria querer a pessoa todo dia. Gostar do cheiro. Admirar. Fazer poesia com inspiração. Saber das maravilhas do mundo, mas preferir estar na maravilha do contato com uma mulher só. De sentir frio na barriga quando visse. Mesmo depois de anos juntos. De gostar de ver luar, ouvir viola, beijar com sabor. De querer admirar, cantar canção pra ninar, se envolver.

Acho que ele queria demais. Por isso está só até hoje. Idealista. ... Será?


sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ser de Leminski.

"isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além".

Gratidão à vida.


Gratidão à vida.

Se emocionar lembrando de amigos distantes.
De ter emaranhado a vida na deles.
Doer o peito, e ficar feliz com isso.

Sensação já conhecida, de quando se é jovem demais... De se emocionar por coisas assim, simples.

Movimentar a vida. Não tem preço. Mesmo que doa.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Olhos pra fora.


"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama (...)

Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim."


Porque... 'ela faz cinema'.

C.B.

Emprestado peguei.

"O mundo parece-nos muito vazio, se só pensamos em montanhas, rios e cidades ( …), mas se há alguém, em algum lugar, que pensa em nós e sente como nós e que, apesar da distância, está perto em espírito, então a terra converte-se num jardim habitado."

Goethe


Emprestado peguei.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Flor de Leminski.


"nada que o sol
não explique
tudo que a lua
mais chique
não tem chuva
que desbote essa flor. "




Não tem chuva que desbote essa flor...

Acho...

Acho que isso é viver,
no sentido mais amplo da palavra,
e verdadeiro.

A vida está em tudo,
pulsando o tempo inteiro.

Mim mesma.

Eu me protegi e me envolvi dentro de mim mesma.

Relembrei toda a serenidade.

Entenda.

Nada é o que é. Tudo é o que pensamos que é.
O que transformamos, quando damos significado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

As letras das músicas.


Desde pequena, ela prestava atenção nas letras das músicas. 'São mensagens que nos passam, e que parecem com a gente, mesmo sendo escritas por outras pessoas', pensava.

Mas tinha uma curiosidade: ela gostava de, ao lado da antiga vitrola, ter um caderninho em mãos, para anotar o que as vozes enebriantes cantarolavam. Fazia parte, era uma graça escrever aquilo.

Depois, todas as canções começaram a já serem descritas. Ela abria o encarte, lá estava a letra. Tinham lhe roubado uma das partes do processo...

Abrir o encarte e já ver toda a música ali não era a mesma coisa do que descobrir vagarosamente, através da voz doce ou rouca, ou certeira... Não era a mesma coisa. Encontrar a letra feita lhe retirava o mistério do descobrir cada verso. Tirava a ansiedade deliciosamente matadora de ser surpreendida no próximo... acorde.


Resolveu. Encartes não foram feitos pra ela. Rasgava-os. Sentava na beira do som, agora digital, e se colocava a escrever letras no seu caderninho. Porque estar ali, descobrindo cada frase, e correndo para anotá-la... era uma das sensações mais instigantes que ela já havia experimentado.

Sobre a poeria embaixo do tapete.


Sobre o aprender a conviver com a poeira embaixo do tapete, título adequadamente modificado. Um título que já vem no texto, mas não há problemas, porque aqui falamos de coisas que estão fora do lugar, e que, por isso mesmo, estão no lugar certo.


Sobre o aprender a conviver com todos os nossos erros, e medos, e dores, e desperdícios, e fantasmas, e temas sufocantes de qualquer espécie. Às vezes, o que precisamos, é apenas aprender a conviver. Saber que está ali, e deixá-lo descansando, já que você tem outras coisas para fazer da vida.

Negar é mergulhar nele lá na frente.
Mergulhar nele é não conseguir sair.
Sentir é saber driblar. Sentir, deixar entrar, deixar sair. Fluir.

' Aprender a conviver com, tirar proveito, do que se torna sua prisão e sua liberdade. Sua sombra que reflete sua luz. Sua perdição, sua salvação.'

Sobre a poeira embaixo do tapete, e sobre as conversas maravilhosas que tenho com amigos sobre isso. Todos temos nossas poeiras. Ainda bem.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Aproveitando...

... o insight do momento...


A arte é a tentativa do homem de compreender o que sente, o que vê. Tentativa de representar a realidade de alguma forma, já que ela é muitas vezes confusa. Tentativa de tornar perfeito o que é imperfeito.

Ele insistiu...


Em só contar a verdade depois que ela já havia partido.
A verdade não, os pensamentos íntimos, frondosos, perigosos. Que por isso mesmo poderiam ser chamados de verdade. Pensamentos que modificam rotas. Vidas.


Lá na frente, conversando com sua criança, ela lhe contou (recontou) um segredinho velho...

"Querido, não se engane. Esses pensamentos íntimos, frondosos, perigosos, são os que nos fazem pulsar. Revela-os."

Mas o barco já havia partido.

Engessada.

Mais do que queria. Talvez tanto quanto desejou.

Aquilo que você pensou...

... não é.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cores.


Coloridos. Tecidos. Brilho. Gente. Gente diferente. Gordo, magro, alto, baixo, negro, branco, feliz, triste. Endividado, rico, bêbado, sóbrio.

Ladeiras. Subidas, descidas. Todos numa só dança.
Todos os problemas deixados de lado. Todos percebendo a roda da vida. Dor e alegria misturados na folia.


Quando a multidão colorida canta, não há maior beleza. Carnaval, carnaval...


O melhor carnaval é aquele que a gente traz dentro de si.


"Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você (Diga! :) )
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar "... C. B.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Momentos mágicos.


Ela estava arrumando as coisas. Um monte de coisas. Porque arrumar coisas muitas vezes parece ser o ato mais importante do mundo, quando na verdade não é. Roupas em um lugar, papéis em outro, toda uma atmosfera de organização.

Ele gritou lá de fora: ' Vem cá! Tem algo importante aqui fora, que você precisa ver...'
Quase que ela não ia. Detestava interromper trabalhos, deixando-os pela metade. Mas foi.

Ele era uma pessoa que merecia esse esforço.

Quando lá fora chegou, ele a abraçou, e disse, simples assim: 'Olha o céu... Quanta infinidade. Que pureza. Que maravilha. Dá pra entender tudo, ou apenas deixar de querer entender, só porque há um bom céu com estrelas.'

E ela entendeu.


Para meu pai.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Aerosmith.

"Escuta, tudo que eu quero é alguém que eu não possa resistir."

Então tá.