segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Deleite.

Amante insaciável da simplicidade.
Estar junto, em paz. Conversa de riso fácil.
Água de coco. Pé na areia. Chuva por entre o couro cabeludo.
Água gelada. Carinho de bicho. Pai e mãe em paz. Trabalho bem feito.

Vento, muito vento. Vento de movimento.
Emoção de estar junto.
Escrever, ler.
Entender o que você me diz.

Respeito ao humano. Delicadeza. Falar o verdadeiro.
Leveza. Banho de sol. Mirar a lua.

Cheiro de mato. Cores vibrantes de flores.
Café forte. Olhar complacente.

Desejo vibrante. Confiar. Entrega.
Ter missão. Ter fé. Ter propósito.

Coragem. Aventura. Inovação.
Arte. Beleza. Sentimento. Bondade. Bem.

Conhecimento. Dormir bem. Dança.
Foto. Quadro.

Bolhas de sabão. Charme.


Tudo, para quem quer tudo.

Enfim.

Com o coração dolorido, das emoções dos outros.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Um bom ano.

"Perdoe meus lábios... Eles encontram alegria nos lugares mais incomuns."

A frase dita ao pé do ouvido, na piscina.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Não sentir.

Quando eu a vi, mal pude acreditar. Que força desoladora se abatia sobre ela. Seus olhos estavam arregalados, como que pedindo socorro, e seu coração palpitava, cavalo viajante.
Quando percebi sua respiração, mal consegui entender. Vento teimoso e veloz, entrando e saindo de suas entranhas. Respira-rápido.
Quando toquei suas mãos, entendi. Menina de mão de não, irriquieta, hesitante. Tremedeira.
Quando a vi, tão perto, li sua mente. Li muito bem lida. E estava tudo coloridamente caótico. Escuramente perplexo.
Quando fitei seus pés, vi o correr que eles queriam, e almejavam. Um correr de velocidade, de sair desembestada, de não segurar mais nada.
Quando a vi, pobre criança assustada, eu chorei. Eu chorei mesmo, de lágrima caída, de coração despedaçado, de coisa descompassada. De choro desamparado, e tímido. De choro de beira de rosto. De choro silencioso. De choro de uma só lágrima. Porque não, eu não queria sentir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobre a natureza de todas as coisas.

O sol precisa ser sentido.
A lua precisa ser vista.
O mar precisa ser invadido pelos nossos corpos.
O vento necessita adentrar cabelos, e peles, e sorrisos.


Eu preciso viver.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Olhando para.

Olhando para, percebi que não eram meus. E eram, de fato.
Olhando assim, em sono profundo, me senti sozinha. Um dia, não estariam representados aqui.
Me perguntei o que eu faria, quando nem a sombra mais existisse.
Me deu uma falta. Uma vontade de agarrar o momento com a mão, não soltar mais, engolir e guardar bem trancado.

Andorinhas...


As andorinhas vão embora um dia. Todas.
Houve uma época em que voavam pelas frestas de luz.
Anunciavam novas estações.
Borboleteavam nas copas coloridas.


As andorinhas vão embora um dia. Existiram, mas vão embora.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Simples.

Não. Nada nunca foi tão simples. Olhava aquelas pessoas sorrindo com seus companheiros, e pensava como aquela mágica era possível. 'Como eles conseguiam?' 'Como é que conseguem se olhar assim, apesar da rotina, e dor, e cansaço?' 'O que fazem com o desejo que brota dentro do peito, quando é direcionado a outro belo ser?' 'O que fazem com a vontade de ir embora?' 'O que fazem quando querem desistir no meio do caminho, quando o encanto acaba, quando querem correr mas não podem, e precisam esperar o momento ideal?' 'Para onde vão todos aqueles sonhos juvenis?' ...

Deus do céu, nada nunca foi tão simples. Não pode ser. Não há como calar ideias questionadoras. Não há como entender que o risco é que faz a relação, que nada exibe uma perfeita segurança. Que o que flui não tem complicação.

Ah, o que flui não tem complicação... Não tem confusão. Não fica a água e pão. Não é pensado, é sentido. Não há complica a ação. Há simplifica a ação.

Então, pode ser simples?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Resposta.

Eu gosto da tua parte escura, do mesmo jeito que tenho medo dela.
O comum não me interessa.
Eu gosto do que está guardado, escondido.
Gosto da tua parte mais profunda, do que quase ninguém vê.
Tuas reflexões, tuas visões, tua forma de amar, tudo profundo.
Gosto da tua tristeza, do teu se trancar no escuro, do teu medo da vida.
Da tua religiosidade.
Da familiaridade.
Da tua musicalidade.
Da verdade que você busca incessantemente, todos os dias.
Da tua parte mais interessante, mais linda, mais dolorida, mais confusa e mais profunda.
Eu gosto de onde consigo te enxergar de perto.