segunda-feira, 25 de julho de 2011

Há um passo.

Ah... um passo...

Há um passo.

Há um passo de ser tudo que já foi.
Há um passo de ser quem novo é.

Ah... o passo.

Burburinho.

O barulho interno desorganiza o que poderia ser bem vivido no silêncio.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vilarejo do Peixe Vermelho.

Presença e ausência é uma questão de sentir. Quando não acreditamos mais, a pessoa deixa de existir.

E ele, que estava logo ali, desapareceu.


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Lindo de ver as ações, e depois essas ações se repetirem, agora narradas pelas vozes dos nossos pensamentos. E aí, até gente que não se conhece se encontra, pela sintonia de perceber o mesmo.

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Como reconhecer alguém que você nunca viu?

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Os atores nos olham, mudando a perspectiva, como se o palco estivesse na platéia.




Devaneios depois do espetáculo “Vilarejo do Peixe Vermelho”, do grupo mineiro 'Cia Clara de Teatro'.

É como se perder de Deus, e eu não quero.

É como se perder. Pelo meio do caminho, pelo caminho todo, pelo todo do caminho, pelo caminho do meio.


É como não ser quem se é.


É como se desconhecer.


É como olheira marcada. Rosto meu, rosto teu.


É como não ver todos eles.


É como acordar de sobressalto, como perder as forças das pernas, como respirar profundo, com o ar teimosamente a não participar.


É como embaralhar ideias de baralho. Como ser duas mentes em uma só. Como ter labirintos frente aos olhos. Como se ter mãos severas ditando o correto.





É como se perder de Deus, e eu não quero.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Traga meu coração de volta.

Traga meu coração de volta. Não moço, não pedi um café. Pedi o coração. Co-ra-ção. Deu pra entender agora? Ouviu?

Ele sai, com a bandeja vazia, mas a mente nem tanto. Aquele paninho balançando no braço, amarrotado. Vai lá dentro, conversa nervosamente qualquer coisa, olhos mexendo inquietos. Lábios brancos. Unhas pequenas, de levar à boca.

Volta. Meia-volta.Vem.

Traz qualquer coisa ali na bandeja, e explica que não servem corações, muito menos os que já foram dados. Não se pede coração de volta. Quem pediria coração de volta? 'A não ser que você seja louca.'

Tudo bem. A não ser que ela seja louca.