quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ainda vale.

Ele estava doente. Ela sabia. E aquilo consumia ela por dentro, mas a ele mais ainda. Porque quem está doente, sente mais do que quem ama quem está doente. Será?

Ele não quer tratamentos alternativos. Ela sabe que seria o melhor. Ela percebe tudo. Infelizmente. Percebeu o início da doença, percebeu os primeiros sinais, percebeu o buraco que estava se abrindo, um buraco sem volta. Uma doença que debilita, corpo e alma, principalmente alma. Quem está preparado para lidar com aniquilador de sonhos?

Ele veio conversar com ela. Depois de anos. Disse que estava doente disso, que o médico tinha visto, o doutor tinha 'atestado' que era isso mesmo. E o doutor sabe. Sabe, sabe, sabe...

Vai tomar remédio? Vai mudar de estilo de vida? Vai continuar do mesmo jeito? 'Quero ter uma vida normal'.

Todo mundo morre um pouquinho quando alguém que ama está processando as ideias da forma mais destrutiva possível.

Ela percebia tudo, até antecipadamente. Só não sabia o que fazer com isso. Então, que serventia tinha? Que serventia tinha... Que serventia... Que... ...

Os olhos dele tinham mudado. Sem luz. A curva do corpo tinha se tornado mais cruel. A boca se contraía. A mente se embaralhava em tantos pensamentos. A sombra aparecia ao seu redor.


Como não se misturar nas histórias confusas dos que amamos.

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